domingo, 28 de março de 2010

Antes de mergulhar

Antes de começar, vou falar sobre os dois últimos anos, depois que terminei o colégio.
Bem, depois que concluí o Ensino Médio, ao mesmo tempo em que fiquei feliz, me bateu um imenso vazio, pois não sabia o que viria a seguir. Logo em seguida, no ano de 2008, entrei no cursinho pré-vestibular Unificado e senti medo do que aquilo podia me proporcionar. O que me consolava é que minha prima, a Cassy, iria estar comigo. Chegando lá, no primeiro dia, deparo-me com minha ex-colega, Roberta, que não via há uns dois anos. Foi um dos melhores anos da minha vida e, com certeza um dos mais bem aproveitados. Nunca esquecerei dos Jogos da Primavera e seu constante clima de competição entre a minha equipe (Sótão tirando onda) e a sala 8M, das paixões platônicas que nutri por garotos como o Matheus Severo (o Justin) ou o Guilherme (o Bagé), nem dos beijos que dei num estudante de Engenharia Mecânica na minha primeira festa de faculdade, e no chapadão Filipe da 8T numa festa das turmas, muito menos da festinha da 9M em que fomos todos parar no posto de gasolina, onde conheci outra paixão platônica, o Thiago, com quem, de vez em quando, ainda falo no MSN. Conheci pessoas diferentes, tive aula com os melhores professores que alguém pode ter e fiz amizades que espero que nunca terminem. Carol, Grazi, Bárbara, Derick e Bruna são pessoas que sempre vão estar no meu coração. No fim desse ano, meu objetivo não foi alcançado. Apesar de ter passado no IPA e na PUCRS para Publicidade e Propaganda, não passei na universidade mais desejada, UFRGS, para o mesmo curso. No último dia de provas, teve a festa das tintas no pátio do Unificado da Alberto Bins, com certeza, o dia mais feliz do ano. Embora com a incerteza ou quase-certeza de não ter passado, nada disso importava naquele dia. O alívio de as provas terem acabado e de, finalmente, estar de férias eram muito maiores.
2009 foi o ano da minha maioridade. Finalmente, completei 18 verões e mesmo que isso não significasse muita coisa, havia a certeza de que passaria a freqüentar lugares que antes não podia, de que haveria responsabilidades um tanto maiores, e, de certo modo, um pouco mais de liberdade.
Em fevereiro, exatamente no dia 10, viajei com familiares para o Rio de Janeiro, a cidade maravilhosa. Chegado o fim das férias, não tinha certeza do que faria, para onde iria. Fazer cursinho de novo ou não fazer? Fazer. Depois de ficar dois meses estudando em casa, fiz o concurso de redação da Zero Hora tentando conseguir uma bolsa integral no mesmo cursinho pré-vestibular do ano anterior. Consegui apenas passar para a segunda e última eliminatória, obtendo uma bolsa de 50% no curso semi-extensivo. E lá fui eu novamente em direção ao desconhecido, dessa vez sozinha, quando me lembrei que minha ex-colega Jéssica, que estudou comigo no colégio Nossa Senhora de Lourdes desde a primeira série do Ensino Fundamental. Por causa dela, passei a freqüentar as aulas, que no primeiro ano de cursinho eram na sala 9M, na sala 8M, a rival. A partir dela, conheci outras pessoas que não quero perder contato como a Mari e a Manu. Os Jogos da Primavera desse ano de 2009 novamente não serão esquecidos, mesmo só tendo ficado na torcida dessa vez. Além de a turma ter ficado unida num dia chuvoso, embaixo de uma lona, comendo salsipão, ainda ganhamos o campeonato por irmos bem nos esportes e, principalmente, por ter sido a única equipe a arrecadar as 800 latas de óleo para doação. Depois dos Jogos, conheci outras pessoas como a Jéssica Almeida, a Thalissa e a Liane. Óbvio que não deixarei de citar o meu reencontro com outro ex-colega de colégio Guilherme Tubino, e algumas outras pessoas que conheci esse ano, como os Guilhermes Arcari e Rossoni, o Bruno, o Camilo, o Humberto. Pessoas que provavelmente só trocarei alguns scraps depois que acabar o cursinho. Também não posso deixar de dizer que foi mais um ano de aulas ótimas do melhor professor de biologia do mundo, o Carvalho, do querido chinelão, professor Zé de História, do boca-suja Fábio, também professor de História, das aulas empolgantes de Matemática do Didi Zanella, das histórias bem-contadas do mestre Flávio de Literatura, das entrevistas e loucuras do Tio Régis, também de Matemática e de outros não mencionados mas igualmente merecedores de respeito e admiração.
Estou hoje a algumas horas de começar meu terceiro vestibular da UFRGS e com muitas esperanças de passar, embora ainda não tenha certeza se fiz a escolha certa ao assinalar Letras na inscrição. Sei que tenho de ter em mente que nada é definitivo, que posso mudar de idéia, que posso seguir um caminho diferente. Se passar na UFRGS, terei o desafio de convencer meu pai a me deixar cursar duas faculdades. Não quero abrir mão do curso de Turismo na PUCRS. Ele não tem idéia do quanto quero cursá-lo. Também sei que para isso, teremos que abdicar de muitas coisas, pois a faculdade é muita cara e não temos dinheiro suficiente para pagar. Mesmo se fizermos crédito educativo, ainda não poderemos pagar sem deixar de pagar outra coisa. Tenho certeza de que as coisas irão se ajeitar e vão ocorrer da forma que tem de ser.
Um dos meus maiores problemas é ser sonhadora e querer que o futuro chegue logo. Acho que isso é típico de todo adolescente, mas sei que nem todos são tão ambiciosos para sonhar alto e correr atrás dos sonhos. Quero tanta coisa da vida que tenho medo de não conseguir, de dar tudo errado, de não ser grande como quero ser. Tenho medo de que não ter condições financeiras para fazer o que desejo me atrapalhe, medo de não corresponder às expectativas de quem acredita no meu potencial.
Como diz no filme “Sociedade dos Poetas Mortos”, quero tornar minha vida extraordinária, eu só ainda não sei como.
escrito em 09/01/2010

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