segunda-feira, 29 de março de 2010

Enfim, o TROTE!

Minha segunda semana de UFRGS também foi boa. Não consegui ler o livro de Lingüística. Primeiro, porque terça foi o Coquetel dos Aprovados do Unificado. Foi bom reencontrar os professores e pessoas que eu não via há um bom tempo. Segundo, porque quarta-feira foi o temido TROTE. É, paguei meu vale. Invadiram a aula do Seben, mandaram a gente tirar um dos sapatos e nos amarraram. Fizemos elefantinho, ficamos repletos de tinta, andamos de joelhos, deitamos no chão, subimos uns nos outros, gritamos obscenidades, tive que dar uma dançadinha em cima de uma cadeira no meio de todo mundo, agüentar ser chamada de 69 e receber uma faixa escrito misstupra (pode rir, eu deixo), tivemos que pedir dinheiro, andei, com as gurias, pela Bento Gonçalves de pé descalço, quase fui atropelada, perdi o cinema com a Jé e a Manu, pegamos carona em ônibus, almoçamos no RU totalmente sujos (eu, a Thalita e o Lucas), pagamos a festinha no CV, não recebemos a cerveja de cortesia, apesar disso, bebemos, dançamos, conversamos bastante, tiramos fotos, enfim, um dia totalmente incomum. Cheguei em casa quase 19h, minha mãe levou um susto quando me viu. Ela só não ficou mais preocupada porque pensou que eu estava no cinema com as gurias, mas já estava ficando tarde em relação ao horário que eu deveria chegar em casa. Mais um pouco e ela ia atrás de mim no campus, ou ia chamar a polícia, sei lá. Me diverti muito e, no dia seguinte, estava podre, com o corpo todo doído e os dois joelhos roxos. Mas, valeu à pena.
Estou curtindo o curso e, principalmente, as pessoas.
Hoje, quando estava voltando para casa, me bateu uma profunda tristeza. Não me pergunte por que, nem eu sei. A verdade é que já estava um pouco estranha de manhã, mas só foi piorando à medida que eu me aproximava de casa. Por um momento me bateu uma insatisfação enorme, uma vontade imensa de chorar, mas, é óbvio, não chorei. Eu não sei explicar, só me irrita uma coisa: por que as coisas não acontecem sempre do jeito que a gente espera? Por que nunca podemos ser o personagem principal do filme? DAMN!
escrito em 22/03

A primeira semana

Bom, minha primeira semana de aula foi super boa, melhor do que eu esperava. Estou conhecendo pessoas muito legais e estou gostando dos professores. Ainda não rolou o trote, mas já riscaram uma das minhas blusas brancas.
Na terça, tive aula de Sociologia, conheci o Felipe e a Beth. Já tenho grupo para o trabalho de pesquisa. Na quarta, tive inglês. Estava morrendo de medo dessa matéria porque sabia que não começava desde o alfabeto. Tinham falado que começava de um nível punk, mas eu adorei. O nome do professor é Daniel e ele nos tranqüilizou muito, além de ser um cara super legal. Todo mundo adorou ele. E é na aula de inglês que fiz mais amigos. Conheci a Thalita, a Gabriela, a Maria Lúcia, o Lucas... E tem mais gente, mas esses são os que eu mais falo. Na quinta, almocei, pela primeira vez, no RU com a Thalita. Ainda bem que ela estava comigo para me dar as instruções. É que ela almoçou a semana inteira lá. A fila é gigantesca, mas anda rapidinho. A comida é boa e barata. Depois fomos para a aula de Latim. O que eu fiquei meio assim é que na aula de Lingüística não tem ninguém dos que eu ando, mas conheci a Alice e falei mais com a Jose, que tem inglês, literatura e talvez mais alguma matéria comigo. E gostei do professor também, cujo nome é Luís. Bom, no geral, estou gostando bastante. Tem bastante coisa para ler e tirar xerox. Até já li um livro e uns textos nesse findi. Agora, vou começar a ler um livro para quinta. Espero que esses quatro anos de curso sejam muito bons. Apesar de ainda estar temerosa quanto ao que vem pela frente, estou mais otimista.
escrita em 15/03/2010

Primeiro dia de BIXO

Agora já passa das 23h, estou lendo o jornal de domingo e vendo um filme. Parei para falar do meu primeiro dia. Foi melhor do que eu esperava. Nem sempre acontecem coisas ruins comigo. :) No ônibus já encontrei a namorada do Rodrigo, a Bibiana, e lembrei que tinha esquecido minha grade de aulas em casa. Só sabia que tinha Literatura Brasileira com o Seben nos primeiros dois períodos, mas não sabia a sala. Dei sorte porque a Bibiana tinha a mesma aula. A aula do Seben foi praticamente sobre a história do descobrimento da América. Ele falou bastante. A gente tinha que se apresentar. Quando ele chamasse nossos nomes, deveríamos dizer onde nos formamos e o último livro que lemos por livre e espontânea vontade. Ah, um guri que fez Unificado nos dois anos que eu fiz, ficou na minha sala de Lit, o tal de Felipe, mas eu nunca falei com ele. Depois terminou a aula, só que eu não lembrava que período eu tinha depois, muito menos a sala. Daí, fui na secretaria e pedi outro comprovante de matrícula. Depois me dirigi à sala onde teria Leitura e Produção Textual. Tinha eu e mais algumas poucas pessoas esperando. Então, uma guria que estava parada no meu lado e que estava sozinha, me perguntou se eu era bixo. Daí, começamos a conversar. O nome dela é Bruna, também é bixo, é de Caxias do Sul, fez um ano de cursinho, tem 21 anos e namorado. Escolheu a mesma ênfase que eu, e temos todas as cadeiras juntas, exceto Sociologia. Isso não é muita coincidência??? Fiquei muito feliz com isso. Conhecer, já de cara, uma pessoa que tem todos os períodos comigo, inclusive Lit. Bras., que ela não conseguiu assistir. Ah, acabei não tendo a tal aula de Leitura. Então ficamos andando por lá e conversando. Encontrei o Davi, meu ex-colega do primeiro ano de Unificado. Eu já sabia que ele tinha passado para História. Depois, eu e a Bruna, fomos embora. Enfim, posso dizer que comecei meu caminho na UFRGS com o pé direito.
escrito em 08/03/2010

domingo, 28 de março de 2010

Antes de mergulhar 3

Tá complicado escolher a tal ênfase. Talvez esteja fazendo uma tempestade em copo d’água, mas é que eu não gosto de errar, não gosto de perder tempo. Querendo ou não, mesmo que tenha aprendido muito, perdi dois anos tentando entrar na UFRGS. Ainda bem que deu certo. Agora, não quero me frustrar mais do que quando não pude fazer Turismo. Na verdade, o problema é que eu quero fazer tanta coisa ao mesmo tempo, que tenho medo de não conseguir, de o tempo passar muito rápido. Sei que o tempo não perdoa. Sei que sou jovem, todo mundo diz isso, mas eu tenho pressa. É um defeito meu pensar tanto no futuro, sonhar tanto e, principalmente, sonhar alto. Sou ambiciosa, confesso. Mas, apesar de tudo, eu só quero ser feliz. Quero me realizar/satisfazer profissional e pessoalmente. Quero ser independente, quero poder não me preocupar todo final de mês, quero poder pagar meu curso de Turismo (se possível), quero viajar. Às vezes a vontade de ir embora, de ver outros lugares me domina. O meu maior sonho é conhecer o mundo. É difícil quando você sente que não pertence a um só lugar, mas a todos os lugares. Porto Alegre sempre será minha casa e o RS o meu país, mas acho que viajar pelo mundo representa, de acordo com a astrologia, o que todo aquariano sonha, liberdade.
escrito em 12/02/2010

Agora é meia-noite e alguma coisa, e estou a algumas horas de ir para o meu primeiro dia de aula na UFRGS. Estou nervosa há dias e com medo também. Sei que vai ser difícil no início. Durante a última semana, fiquei um tanto deprimida e preocupada. Tenho medo do que está por vir, medo porque é uma coisa que eu não posso prever e isso me deixa injuriada. Essa preocupação toda inclui a necessidade de ser mais sociável, ou seja, menos tímida. Fazer amigos é difícil, principalmente para alguém que tem muita vergonha. Às vezes eu tenho raiva de mim mesma por causa disso. É definitivamente uma droga.
escrito em 08/03/2010

Antes de mergulhar 2

Estou decidida a não seguir com a idéia de fazer duas faculdades. Quem sabe quando estiver num estágio bom e puder pagar o curso de Turismo? Além disso, ando pensando em mudar de curso depois que entrar na UFRGS. Primeiro eu preciso entrar, eu sei, mas, se eu conseguir e tirar uma pontuação suficiente, vou ver se isso é possível. Claro que vou dar uma chance para o curso de Letras primeiro, né. Ai, é um momento difícil. Estou muito ansiosa pra saber o resultado. Vou ficar muito decepcionada se não passar.
Agora, estou na contagem regressiva para o show da Beyoncé. Com certeza vai ser o show da minha vida. Ou não, né? Espero que dê pra ver alguma coisa. Afinal, estou pagando 300 contos pra ver a nega. Tem que dar tudo certo.
23:32 agora. BOMBAAAAA!!!!!!!!!!!!! Amanhã, no dia do MEU aniversário, vai sair o resultado da UFRGS!!!! Oh my God!!!!! Quase tive um treco quando soube disso. Estou preocupada. Na verdade, estou ansiosa, muitíssimo ansiosa. Mantenho minhas esperanças, mas ainda estou insegura. Seria um belo presente de aniversário. Seria o melhor presente que já ganhei.
escrito em 26/01/2010

01:07 agora. Acabo de voltar da minha festa de aniversário, que acabou sendo uma dupla comemoração. PASSEI NA UFRGS!!!!! Caraca, foi muito tri. E o melhor de tudo, eu e a Cassy passamos. Todo mundo da família chorou. Cara, a sensação é muito boa. Me sinto realizada, né. Espero que as coisas só melhorem de agora em diante.
escrito em 28/01/2010

Antes de mergulhar

Antes de começar, vou falar sobre os dois últimos anos, depois que terminei o colégio.
Bem, depois que concluí o Ensino Médio, ao mesmo tempo em que fiquei feliz, me bateu um imenso vazio, pois não sabia o que viria a seguir. Logo em seguida, no ano de 2008, entrei no cursinho pré-vestibular Unificado e senti medo do que aquilo podia me proporcionar. O que me consolava é que minha prima, a Cassy, iria estar comigo. Chegando lá, no primeiro dia, deparo-me com minha ex-colega, Roberta, que não via há uns dois anos. Foi um dos melhores anos da minha vida e, com certeza um dos mais bem aproveitados. Nunca esquecerei dos Jogos da Primavera e seu constante clima de competição entre a minha equipe (Sótão tirando onda) e a sala 8M, das paixões platônicas que nutri por garotos como o Matheus Severo (o Justin) ou o Guilherme (o Bagé), nem dos beijos que dei num estudante de Engenharia Mecânica na minha primeira festa de faculdade, e no chapadão Filipe da 8T numa festa das turmas, muito menos da festinha da 9M em que fomos todos parar no posto de gasolina, onde conheci outra paixão platônica, o Thiago, com quem, de vez em quando, ainda falo no MSN. Conheci pessoas diferentes, tive aula com os melhores professores que alguém pode ter e fiz amizades que espero que nunca terminem. Carol, Grazi, Bárbara, Derick e Bruna são pessoas que sempre vão estar no meu coração. No fim desse ano, meu objetivo não foi alcançado. Apesar de ter passado no IPA e na PUCRS para Publicidade e Propaganda, não passei na universidade mais desejada, UFRGS, para o mesmo curso. No último dia de provas, teve a festa das tintas no pátio do Unificado da Alberto Bins, com certeza, o dia mais feliz do ano. Embora com a incerteza ou quase-certeza de não ter passado, nada disso importava naquele dia. O alívio de as provas terem acabado e de, finalmente, estar de férias eram muito maiores.
2009 foi o ano da minha maioridade. Finalmente, completei 18 verões e mesmo que isso não significasse muita coisa, havia a certeza de que passaria a freqüentar lugares que antes não podia, de que haveria responsabilidades um tanto maiores, e, de certo modo, um pouco mais de liberdade.
Em fevereiro, exatamente no dia 10, viajei com familiares para o Rio de Janeiro, a cidade maravilhosa. Chegado o fim das férias, não tinha certeza do que faria, para onde iria. Fazer cursinho de novo ou não fazer? Fazer. Depois de ficar dois meses estudando em casa, fiz o concurso de redação da Zero Hora tentando conseguir uma bolsa integral no mesmo cursinho pré-vestibular do ano anterior. Consegui apenas passar para a segunda e última eliminatória, obtendo uma bolsa de 50% no curso semi-extensivo. E lá fui eu novamente em direção ao desconhecido, dessa vez sozinha, quando me lembrei que minha ex-colega Jéssica, que estudou comigo no colégio Nossa Senhora de Lourdes desde a primeira série do Ensino Fundamental. Por causa dela, passei a freqüentar as aulas, que no primeiro ano de cursinho eram na sala 9M, na sala 8M, a rival. A partir dela, conheci outras pessoas que não quero perder contato como a Mari e a Manu. Os Jogos da Primavera desse ano de 2009 novamente não serão esquecidos, mesmo só tendo ficado na torcida dessa vez. Além de a turma ter ficado unida num dia chuvoso, embaixo de uma lona, comendo salsipão, ainda ganhamos o campeonato por irmos bem nos esportes e, principalmente, por ter sido a única equipe a arrecadar as 800 latas de óleo para doação. Depois dos Jogos, conheci outras pessoas como a Jéssica Almeida, a Thalissa e a Liane. Óbvio que não deixarei de citar o meu reencontro com outro ex-colega de colégio Guilherme Tubino, e algumas outras pessoas que conheci esse ano, como os Guilhermes Arcari e Rossoni, o Bruno, o Camilo, o Humberto. Pessoas que provavelmente só trocarei alguns scraps depois que acabar o cursinho. Também não posso deixar de dizer que foi mais um ano de aulas ótimas do melhor professor de biologia do mundo, o Carvalho, do querido chinelão, professor Zé de História, do boca-suja Fábio, também professor de História, das aulas empolgantes de Matemática do Didi Zanella, das histórias bem-contadas do mestre Flávio de Literatura, das entrevistas e loucuras do Tio Régis, também de Matemática e de outros não mencionados mas igualmente merecedores de respeito e admiração.
Estou hoje a algumas horas de começar meu terceiro vestibular da UFRGS e com muitas esperanças de passar, embora ainda não tenha certeza se fiz a escolha certa ao assinalar Letras na inscrição. Sei que tenho de ter em mente que nada é definitivo, que posso mudar de idéia, que posso seguir um caminho diferente. Se passar na UFRGS, terei o desafio de convencer meu pai a me deixar cursar duas faculdades. Não quero abrir mão do curso de Turismo na PUCRS. Ele não tem idéia do quanto quero cursá-lo. Também sei que para isso, teremos que abdicar de muitas coisas, pois a faculdade é muita cara e não temos dinheiro suficiente para pagar. Mesmo se fizermos crédito educativo, ainda não poderemos pagar sem deixar de pagar outra coisa. Tenho certeza de que as coisas irão se ajeitar e vão ocorrer da forma que tem de ser.
Um dos meus maiores problemas é ser sonhadora e querer que o futuro chegue logo. Acho que isso é típico de todo adolescente, mas sei que nem todos são tão ambiciosos para sonhar alto e correr atrás dos sonhos. Quero tanta coisa da vida que tenho medo de não conseguir, de dar tudo errado, de não ser grande como quero ser. Tenho medo de que não ter condições financeiras para fazer o que desejo me atrapalhe, medo de não corresponder às expectativas de quem acredita no meu potencial.
Como diz no filme “Sociedade dos Poetas Mortos”, quero tornar minha vida extraordinária, eu só ainda não sei como.
escrito em 09/01/2010