segunda-feira, 18 de julho de 2011

Apenas mais uma noite longa

Como uma viciada, ela usa e é usada. As luzes ofuscam sua visão, embaralham sua mente, mas ela anda no meio da multidão multissexual  em seu salto 12, procurando quem possa salvá-la de sua miséria. Ninguém parece notar, ou se importar. Seus mais profundos desejos parecem estar longe de se concretizar. Sua realidade é outra. Outra mais amarga, mais cinza. Ela dança para fingir que está feliz, ela bebe para esquecer sua dor. Ela se apoia no balcão e fala com estranhos como se fossem terapeutas, criticando a maldita sociedade, alegando que todos são apenas seguidores de um sistema e não de sonhos. Ela está presa. Está perdida. Tudo que resta é a consciência de ter a solidão como companhia. Ela não dá telefone, ela não quer ver ninguém, apenas deixa tudo nas mãos do destino. Ela olha através do vidro do carro as ruas desertas de uma manhã de inverno, ela sente o corpo dormente na cama macia, e a única coisa que consegue pensar é onde você poderia estar quando ela mais precisa.

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